segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Olha que coisa mais linda




Mais cheia de graça...






Os teus tesouros


Estes tesouros, poucos conhecem o seu valor.
Têm o valor da tua inocência, um dos teus mais preciosos tesouros.




quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Verdadeiro ou Falso?

"Haverá algo mais verdadeiro do que vencer a força com a razão?"

"Haverá algo mais verdadeiro do que cantar sem música?"


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Até Quando?

Como podes, depois de cinco anos de teres partido, continuar a fazer-me voltar ao baú onde encerro as mágoas que me causaste?
Lágrimas já não tenho, nem para te chorar porque a saudade não me atormenta. Só a revolta pelo mal que me fizeste e a eles também.
Inconscientemente, deste-lhes vida e esperança.
Não conseguiste cumprir a tua tarefa, falhaste com todos e foste quem mais perdeu. Eles perderam-te, eu nunca te tive e tu perdeste-nos a todos.
Por fim, deixaste-mos, como herança.

Espero que aquele a quem deixaste partir antes de ti te tenha já perdoado e se encontre junto de ti. Se assim for, acarinha-o, como nunca o fizeste antes da partida.

Estavamos a tentar reconciliar-nos quando, sem aviso, foste embora. Não nos demos tempo uma à outra e agora estás a dificultar-me a vontade de o fazer porque estou muito zangada contigo. Preciso de ti e continuas sem me dar resposta.
Estou a tentar ajudar os que deixaste desamparados, incluindo o teu "adorado" marido.
Hoje voltei a ser maltratada pelo homem por quem trocaste os teus filhos.
Antes de optares por ele, ainda eras a minha heroína, embora com algumas mossas. Depois, caíste do pedestal e deixou de fazer sentido olhar-te como referência.
Arruinaste a tua vida, a dos teus filhos e ainda trouxeste ao mundo outra vítima da tua insensatez.

Quero odiar-te, mas nem isso consigo.
Queria fazer as pazes contigo e, finalmente, ficar em paz comigo mesma, mas sempre que entro naquela casa te afasto mais dos meus afectos.
Se voltasses não correria para os teus braços. Havia de mandar-te de volta e gritar-te-ia toda a revolta e desespero em que me deixaste.
Não consigo amar-te nem odiar-te, és uma estranha com quem sonho muitas noites e ainda chamo mãe.


terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Momentos Sombrios

Ouço, ao longe, o chamamento vindo do abismo. Resisto durante algum tempo. A voz sinistra torna-se mais nítida. Recuso ouvi-la.
Vou suplicando, sem que me ouçam porque as palavras já não saem, o auxílio para me desviar daquele caminho.

Grito, mas ninguém me ouve. Só quando o silêncio cai em mim, quando o precipício me atrai… só aí, alguém me olha, sem querer ver e, me julga, pela minha fraqueza. É nesse momento que deixo de resistir ao apelo do abismo e, caminho na sua direcção, confiante que lá encontrarei a paz que se ausentou de mim. E a paz é lá que a encontro. É no túnel em forma de espiral, onde uma luz tão alva que me obriga a fechar os olhos, que me aninho e aquieto.
Já pensei tornar-me uma habitante permanente daquele local onde nada me agride e sufoca, mas forças estranhas devolveram-me ao tormento onde vou fingindo que vivo e tento encontrar, nas causas que julgo já não serem minhas, um refúgio para me esquecer de mim.
Ironicamente, um passarinho, pousou num dos ramos da árvore que ainda me alimenta e sustém. Agradeço-lhe por ter vindo colorir e iluminar os dias mais escuros que me separam da entrada definitiva na galeria da verdadeira paz.
Por ti e para ti peço, algum tempo mais, para poder continuar a ouvir o teu encantador chilrear.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Milagre da Vida

Há trinta e um anos o primeiro momento de verdadeira magia aconteceu em mim.

A vida aconteceu, sem truques nem ilusões.

Para ti, meu filho, todos os meus sentidos se apuraram. Os sentimentos mais sublimes afloraram à superfície do meu ser.

Foi um momento único.

Hoje, também, é um dia único. Passaram trinta e um anos, mas as emoções renovam-se e o milagre da vida sucede em cada sorriso, em cada gesto.

A nossa vida continua na vida que geraste, que carrega o peso de muitas vidas passadas. Espero, se for essa a sua vontade, que continue a passar o testemunho e comunge desta bênção divina.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Caixinha de Surpresas

Ao jantar a Catarina disse que queria fazer uma surpresa ao pai que estava a trabalhar.
- Um desenho, disse ela. Pomos debaixo da almofada dele.
Os olhinhos brilhavam de tão entusiasmada.
A mãe deu uma ajudinha e ela pintou.

Enquanto pintava, perguntou: - Está lindo avó?
- Sim meu amor!
- Avó, achas que o pai vai ficar feliz?
- Claro que sim, vai ficar muito feliz!
- E tu ficas contente por ele ficar feliz?
- Fico muito contente e feliz também!

Nada me pode fazer mais feliz que a vossa felicidade.
E não há momentos mais felizes que estes.

Quando desenhava uma árvore disse que algumas árvores têm letras.
Estupefactas olhámos, mãe e avó, uma para a outra.
- Letras!?
- Sim, os sobreiros.
- Como sabes, onde aprendeste isso?
- Foi a Lena (a educadora) que disse.

A Catarina tem três anos. Sabe que o sobreiro é uma árvore que tem letras, sem que lho tenham mostrado, sabe que o tronco tem uma coisa que se tira, mas não se lembra como se chama, que dá bolotas e que os porquinhos as comem. O sobreiro ela não viu ainda, mas as bolotas já. Tem algumas guardadas dentro de uma caixinha.

A Catarina tem três anos e é uma menina inteligente e feliz. Basta ver o brilho dos seus olhos onde vejo os meus brilharem de orgulho.