terça-feira, 29 de julho de 2008

1939/2008 O teu aniversário



Perdoo-te por tudo o que nos afastou e pelo que impediste que nos aproximasse.
Perdoa-me esta forma de te tratar. Este desrespeito de te tratar por tu.
Sabe mãe, você... perdoa de novo.
Você? Não se fala assim com a mãe! Ficavas tão ofendida. Nunca entendi. Nunca te entendi.
Você nunca me entendeu. Desculpe mãe. A mãe nunca me entendeu.
Estou a falar com uma estranha.
Nunca me entendeste e agora que não me ouves vou acabar com a deferência que me exigias, para te sentir mais perto de mim.Vou falar-te assim porque como tu, também sou mãe e sou avó.
Esqueci a Mulher para ser Mãe. Deveria ter sido as duas ao mesmo tempo, mas falhei.
Esqueceste a Mãe por necessidade de seres Mulher. Perdoa-me outra vez, falhaste também.
Se tivesses sido Mulher eu tinha perdoado, mas foste apenas mulher e preteriste a Mãe, mais tarde a Avó. Como nos fizeste falta. Ainda fazes!
E o que perdeste? Sim, não sei quem perdeu mais. Não deste... não recebeste!
Era difícil olhar dentro de ti. O teu olhar, na defensiva, não o permitia. Que escondias? O que não querias tu mesma ver em ti?
Quiseste iludir os demais porque essa ilusão te alimentava a vontade de teres sido o que não conseguiste.
Assististe à minha morte e ajudaste-me a matar-te. Quando tentaste socorrer-me era demasiado tarde. Não te dei tempo.
Ainda caminho sobre a terra que me deu vida. Tu, mãe, já te confundiste com essa terra que ainda trilho descalça, para te tocar como nunca deixaste.
Os sentimentos conturbam-se. Agora que te matei, preciso de ti para te amar, quero ensinar-te a conhecer-me, para juntas entendermos o vazio do amor que nos fugiu.
Agora que já tens tempo pensa em nós e ajuda-me a não te perder para sempre.
Vem ao meu encontro, não me peças que te procure. Vem mãe, que te espero. Ensina-me o Amor.
Aceita este presente que nunca foste capaz de desembrulhar e um beijo na tua face gelada, sem cor nem forma.
Hoje estou ao teu lado, não me abandones.
Feliz dia, Mãe!

domingo, 20 de julho de 2008

Os Momentos da Estrelinha

Férias, finalmente!
Ainda faltam dois dias, mas já sinto o seu agradável odor.
Sobretudo o mar. Onde afogo o cansaço. Onde invento o recomeço e busco força para nova caminhada.

Volto um pouco atrás, um momento de cada vez.
Como disseste há dias, Catarina, a propósito de alguém com quem simpatizaste, vai ser, bué da fixe, bué da fera, bué da cool... seja lá o que isso for, se o dizes eu acredito. Fico parada a olhar-te surpreendida. Espera rapariga, como também, por vezes, me chamas, só tens três anos! Que pressa tens de crescer!

Volto, de novo, um pouco atrás. Estou cansada. Talvez nunca tenha sentido tamanho cansaço e, estas férias que se aproximam, prometem dias de descanso. É nisso que penso.

Lá estás de novo a chamar-me e eu não resisto. Ainda cá estou e já tenho tantas saudades!
Mas tenho de ir, vou ter de te deixar...

Lembrei-me da estrelinha, lembras-te... a nossa estrelinha?
Esquecemo-nos dela. Estará ainda disposta a ser a mensageira dos beijinhos que a distância não vai deixar dar no teu rostinho?

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Alguns Momentos de... Fernando Pessoa




“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.


Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta...


Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo."


terça-feira, 15 de julho de 2008

Momentos de ilusão




Abri a porta da minha vida
Entraste e eu deixei
Estendi no chão um tapete
De rosas e sonhos
Espalhei no ar
O perfume da esperança e do amor

Caminhámos descalços
Nas nuvens que dançavam
Sobre a areia húmida da praia
Cantei e dancei para ti
Ao som do vaivém das ondas
Dum mar sereno e revolto
Como os nossos sentimentos.

Passeámos de mãos dadas
Pelos campos floridos
Da ternura que desprendíamos
Tomámos banho de chuva e orvalho
E secámo-nos numa fogueira
De felicidade incontida
Que se espalhou pelas fontes e riachos
Para que todos dela bebessem

Distribuímos pelas crianças
Os sorrisos e beijos
Que nos nossos lábios dançavam.

Vivi em cada dia contigo
Uma vida inteira
E adormeci a teu lado
Envolta em paz e tranquilidade

Sonhei que tinhas partido
Despertei só
Tinhas saído...
Saíste e eu deixei!


quarta-feira, 2 de julho de 2008

Momentos de Ternura


3 anos de magia. O mais puro dos amores.